segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Ilha Maravilha

Anne Santos

São Luís, velha catita, minha cidade bonita, debruçada sobre o Anil, podem julgar-te mendiga, descurosa rapariga, mas para mim, minha amiga, não há ninguém que consiga conter-me ou impedir que eu diga QUE ÉS A MELHOR DO BRASIL! O fragmento do poema Minha velha São Luís, de Fernando Viano, retrata bem os encantos e mistérios de São Luís.

O traçado de seus azulejos, o ladrilho de suas ruas, a alegria de seus festejos, a magia de seu folclore, a hospitalidade de sua gente fazem da Ilha Maravilha não ser apenas uma cidade. É uma pátria eminentemente histórica e de riquezas imensuráveis.

São Luís, a Upaon-Açu (Ilha Grande) dos Tupinambás, França Equinocial, Cidade do Senhor de La Ravardiere, Atenas Brasileira, Ilha do Amor, Jamaica Brasileira. São Luís, do Bumba-meu-boi, Tambor de crioula, Cacuriá, Reggae, Festa da Juçara. São Luís, dona de beleza singular conferida pelos seus sobradões de azulejos com soleiras de cantaria, beirais de faiança e sacadas de ferro. São Luís, lugar onde o passado se faz presente, conservado nas praças, igrejas, fontes, monumentos. São Luís, berço de lendas, de contos e relatos fantásticos. São Luís, que projeta sua beleza por onde passa é, sem dúvidas, ainda o melhor lugar para vivermos.

A nossa querida São Luís foi fundada em 1612 pelos Franceses, comandados por Daniel de La Touche, com a finalidade de instituir a França Equinocial. Não eram somente os franceses que queriam se instalar na capital. Os holandeses também a invadiram e os portugueses a colonizaram. Com essa diversidade de cultura e de pensamentos nasceu o povo ludovicense.

Mas o charme de São Luís não se deve apenas à beleza e valor do seu patrimônio arquitetônico, riqueza da culinária ou tradição na literatura. É quase impossível não relacionar a imagem de São Luís ao reggae. Nos sobradões, a nossa capital pode até ser Portugal. Mas no ritmo, é Jamaica. Nos clubes, nas ruas e até nas praias a onda gostosa do reggae de radiola contagia a todas as camadas sociais.

Tudo começou quando o magnata Riba Macedo trouxe de Belém do Pará um disco importado e começou a detonar na sua radiola as maiores “pedras de responsa”. Delírio total. Ninguém conseguia ficar parado ao som das “pedradas” vindas daquele verdadeiro paredão de som. O reggae inicialmente reinava nas periferias e tinha por adeptos principais os negros. Hoje, é natural ver um “play” curtindo um reggae no volume máximo do seu “carango”. São Luís ainda conseguiu se caracterizar com um estilo próprio, a mania de dançar agarradinho, que virou marca registrada do regueiro ludovicense.

Definitivamente o reggae aportou em São Luís do Maranhão. Aqui é verdadeiramente a capital do reggae e o melhor lugar para aprender, amar e conviver. JE T’ AIME, São Luís!

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